O desenvolvimento de territórios rurais, inseridos em regiões periféricas, no contexto de um mundo cada vez mais globalizado e competitivo, passa pela adopção de uma nova filosofia de planeamento, que dê prioridade à capacidade de mobilizar e de gerir as potencialidades e os recursos locais. É fundamental que os territórios saibam posicionar os seus recursos numa estratégia de actuação horizontal, capaz de envolver os vários actores locais, e ascendente, baseada na afirmação do potencial endógeno. Quanto mais hábil for a gestão e quanto mais distintivos forem os recursos, maiores serão as probabilidades de os espaços rurais inverterem as trajectórias regressivas e se emanciparem. Alguns dos recursos dos espaços rurais apresentam elevado interesse do ponto de vista de procuras turísticas emergentes, pelo que o turismo representa uma oportunidade para promover o desenvolvimento sustentado desses espaços. A necessidade de desencadear dinâmicas internas que estimulem o desenvolvimento foi o principal motivo de um estudo de caso efectuado em Almeida, espaço rural paradigmático do Interior de Portugal, que alberga elevado potencial turístico. Para o efeito, realizou-se um diagnóstico às potencialidades/debilidades de Almeida, ao qual foi agregada informação proveniente de entrevistas, realizadas a actores locais e regionais. Foi possível concluir que o turismo é um vector estratégico para o desenvolvimento de Almeida, assente no seu valioso património cultural e num conjunto de recursos complementares. Porém, detectaram-se várias debilidades que têm impedido uma maior internalização de benefícios no território provenientes do turismo. Com a proposta de um plano estratégico de marketing territorial pretende-se lançar as bases para corrigir estes problemas, conferir uma maior afirmação às potencialidades turísticas de Almeida e, assim, estimular o desenvolvimento do concelho.
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